Quando meu avô morreu
Fui estudar em uma escola pública
Unidade Integrada Bandeira Tribuzzi
A escola era em frente ao Jornal Pequeno
Meu professor de matemática
Sentava em uma cadeira, colocava os pés em outra
Abria uma revista e Dizia, aqui quem manda sou eu
Marquinho Satã sentava atrás de mim
vivia me cutucando com um canivete amolado
A ponta do canivete riscava minha pele
Um desenho de sangue se formava
Ele sorria feito um demônio
Meus olhos ficavam vermelhos de dor
No meio do ano
Minha professora de português
Bem triste anunciou
Marquinho não está mais entre nós
Todos choraram pela morte do coleguinha
Eu sorria por dentro
Com aquela novidade


 A polícia me parou
Pediu a carteira que esqueci
Passo o cartão no supermercado
A moça do caixa diz bem alto
pra fila enorme atrás de mim
Seu cartão não passou senhor!
A casa silenciosa,
um bilhete em cima da cama
“Fui embora não volto mais”.
Desço a escada, caio feio
Respiro fundo no chão

Em algum lugar
hoje tudo está dando certo pra alguém



 O sexo dela
Fedia a peixe
Nessas horas eu sei bem o que isso quer dizer

Vamos deixar pra lá, amor
Hoje estou me sentindo meio ruim
jogaram outra bomba
Na cabeça de inocentes




 Quando todos tem a falar
Fico calado, gosto de ouvi los
Distraio me com seus argumentos
Observo suas expressões
Amanhã me lembrarei daquela conversa
Eles não.





 A maneira mais fácil de você perder a admiração de uma puta
É dar algum dinheiro pra ela.

Ela fará tudo que você quiser
Mas você não terá mais valor pra ela
Vai ser apenas mais um
Que ela tem pra pagar as contas.

Você a terá ali completamente
E Ela Te odiará silenciosamente
Por ter roubado a admiração que ela tinha por uns trocados
A situação seguirá o seu curso até que você perceba
Que não ha espaço no coração dela
Aí você dirá adeus tarde demais.


Foi desta forma comigo naquela tarde chuvosa
Quando dei a primeira nota de cem
E Ela abaixou a cabeça





  Havia uma confusão de cachorros brigando
O gordo levantou e saiu
O pai disse, não faça isso
Descarregou o revolver na cachorrada
Acertou todos os tiros em um cachorro aleijado
Que pertencia a um cego

Eu que refeito do susto da violência
pensei. “Gordo ruim de tiro”

Soube que o mataram anos depois
Tinha virado ladrão de carga



   
A polícia me parou
Pediu a carteira que esqueci
Passo o cartão no supermercado
A moça do caixa diz bem alto
pra fila enorme atrás de mim
Seu cartão não passou senhor!
A casa silenciosa,
um bilhete em cima da cama
“Fui embora não volto mais”.
Desço a escada, caio feio
Meu dedo está fora do lugar
Respiro fundo no chão

Em algum lugar
hoje tudo está dando certo pra alguém





























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