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Mostrando postagens de junho, 2017

ADOLESCÊNCIA

DE MÃOS DADAS DESCEMOS A LADEIRA DO QUEBRA BUNDA NO BECO DO CAGA OSSO TE BEIJEI HOJE NO BANCO DA PRAÇA DA SAUDADE TE VEJO PASSANDO SOZINHA PELA RUA DO NORTE ENVELHECEMOS É ÓBVIO DAQUELA FODA NUNCA ESQUECI!!! AUTOR: FERNANDO REIS

Um nirvana

Abri a mente pras coisas que não se entende direito no mundo uma luz Como um fósforo aceso na escuridão Trouxe uma nova impressão perseguindo-me até em casa. o feio ficou bonito O belo ficou profundo A tempestade virou poesia E o rumor desvendou segredos. Sem tristeza, sem alegria Um mar calmo de compreensão. , todas desventuras da raça humana Em sua trajetória tosca Pelas veredas de sua ignorância Tudo tão claro tudo tão obvio quando se busca o rastro da serpente é bom observar os próprios pés.

Promessas

não tenho muito a te oferecer a não ser este corpo cansado esse coração resistente essa alma cheia de sonhos se aceitares que eu te penetre se aceitares que eu sinta o teu calor eu te protegerei com minha vida enxugarei tuas lágrimas com beijos encherei tua vida de vidas

Memória perdida

Caminho devagar por aí em um ruas pedregosas do centro mal escuto as passadas abafadas que dou Mals escuto o burburinho de outros transeuntes Mal escuto o som dos bemtevis Nesse fim de tarde que se perde Na cor escura que se forma no céu. As casas antigas que vejo Já não abrem suas janelas há tempos  a vida que havia, há muito se findou. No entanto, é como se ainda estivessem lá Sem estar, como sombras de lembranças perdidas Tudo morto e esquecido Justificado pelo tempo que carcome a vida E a renova. Pra onde foram todos? Alguém ainda se lembra deles? Acho que não.  Aqueles que os enterraram Enterrados também foram  levaram consigo A memória de tudo que foi e não pode ser mais. Todavia nessas ruas Em cada prédio, em cada casa, em cada canto Persiste a memória das vidas Que a preencheram outrora.

A JORNADA DOS GIGANTES

A Juliana Martins A estrela era um pequeno ponto brilhante no céu, perdida entre outras milhares que cintilavam. Sem motivo aparente, começou a aumentar de tamanho, a brilhar cada vez mais intenso, a medida que o brilho se intensificava, ela engolia outras centenas ao redor. Agigantou-se, tomou o céu, era tudo ao seu redor. Não havia chão, não havia horizonte, nada se conseguia diferenciar. Uma trombeta soou, as reverberações daquele som trazia uma nota de medo e desamparo. A luz foi dando lugar a gotas de orvalho, as gotas viravam rios, os rios viravam mares bravios. Gritos desesperados rompiam nas águas. Gritos, pedidos de misericórdia. Duzentos anjos sentinelas olhavam consternados seus milhares de filhos suplicando por suas vidas. Não havia mais luz, só escuridão, furacões, mares bravios e cadáveres por toda parte. Cairu desperta daquele pesadelo, imediatamente. Uma mensagem, pensou.O gigante  ajoelha-se e ora ao criador, chora copiosamente, clama pelo perdão por se...

Memórias de Fernando Reis.

Quando chovia, as goteiras do telhado não deixava ninguém dormir, colocava-se panelas pra aparar a água, mas isso era algo inútil, logo o esgoto entopia e a água da chuva, lama e merda invadia a casa. Pela manhã, exaustos, tinhamos que limpar a casa que estava imunda, trocar telhas. Assim foi parte de minha infância. 

PAZ

HÁ DIAS QUE NÃO SE QUER BRIGAR A ALMA CANSADA O CORPO MOÍDO QUER SE RECOSTAR NA RELVA MACIA E FICAR QUIETO EM SONO E SONHO NAVEGANDO AS CONSTELAÇÕES SENTINDO A BRISA DOS VENTOS SOLARES.

Não desisto fácil

NÃO SOU CACHORRO QUE CORRE ATRÁS DO PRÓPRIO RABO ME RESPEITE! TU NÃO SABE DA LIGA INQUEBRÁVEL QUE É FEITA MINHA ESSÊNCIA EU SEI QUE PARECE QUE ANDO ACOMODADO QUE NÃO SONHO MAIS QUE DESISTI DO JOGO DESISTIR? JAMAIS! SÓ QUE AGORA SOU MAIS CALADO SEI ESCONDER BEM OS MEUS SEGREDOS. PREPARA A TAÇA E O CAVIAR, QUERIDA. VAIS TER QUE BRINDAR A CONTRA-GOSTO CADA VITÓRIA QUE EU TE ESFREGAR NA CARA.

Um mistério

No centro Se esconde o avesso Cheio de vazio Orbitando em uma trajetória sigmoide Eu sei que não parece fazer sentido Só não deixa que teus olhos te ceguem Com a realidade pesada Que te prende ao chão Pelos pés

Memórias de Fernando Reis

Eu tinha 24 anos, faltava me um grande amor. Essa sensação de estar incompleto me incomodava, até que um dia, uma senhora no campus me falou do nada. Não se preocupe com essas coisas, tudo tem o tempo certo de ser, o resto é ilusão. Naquele dia entendi que aquela mulher misteriosa era um anjo com uma mensagem. Sim os anjos se tornam humanos pra nos dar mensagens. 

Memórias de Fernando Reis.

Quando eu trabalhei como chefe de plantão na Penitenciária de Segurança Máxima São Luís, eu ia trabalhar sempre contente, pq dali eu sustentava a minha família, era solidário com meus colegas, procurava dentro de minhas limitações humanas ser justo com todos. Certa vez um colega foi trabalhar completamente bêbado, até então ele nunca tinha me dado problemas nos plantões, era muito trabalhador. Eu o mandei pra casa de volta, dei até o dinheiro da passagem e não coloquei falta, embora a direção tenha tentado me pressionar pra eu colocar. Não fiz, eu sabia que ele tinha bebido porque estava endividado, isso só ia piorar a situação. No outro plantão, o agente se tornou meu inimigo, disse que eu tinha entregado pra direção, fiquei calado. Ele só esqueceu de um detalhe, tinha deixado uma garrafa de cachaça na guarita de uma agente que era absurdamente fofoqueira. Nunca me expliquei pra ele, essas coisas entrego pra Deus.                   

Sobre a situaçao do mundo

Quando souberam que viria a verdade incômoda em praça pública Armaram se de medo e pólvora incapazes de aceitar o fato com chumbo grosso calaram a boca do homem  Pra notícia afogar se  em sangue esforço em vão agora se acabam em ruína!

DESABAFO

EU NUNCA QUIS ESSE FARDO DE TRISTEZA NEM ESSA SOLIDÃO QUE ME CERCA. NEM ESSA DESOLAÇÃO NAS ENTRELINHAS NEM ESSA DIFICULDADE DE SORRIR PRA VIDA NÃO ME PEÇA PRA EXPLICAR DE ALGUMA FORMA DE ONDE VEM ESSA TENSÃO DIANTE DE UMA CENA FELIZ ESTOU AQUI DE QUALQUER JEITO NO ESFORÇO SINCERO DE TAMBÉM SONHAR TRANSMUTO PALAVRAS EM MATÉRIA DECODIFICO SENTIMENTOS EM ATITUDES MATERIALIZO IDÉIAS EM EMOÇÕES DESNUDO MINHA ALMA EM PÁGINAS

Pensamentos sombrios

O amor é uma mentira antiga algo criado pra apaziguar corações inquietos Dar sentido a falta de sentido Inerente da vida. Depois da carne satisfeita Voltamos a orbitar Na escuridão profunda De nossas existências

Sobre a solidão e a busca

Estamos sós Presos em nós De solidão A vida passa Meio sem graça Em um caixão. Só o sonho Onde ponho Minha esperança De busca o olhar A forma de brincar Feito criança Autoria: Fernando Reis

Memórias de Fernando Reis.

Era um evento social. Todos felizes tomando seus drinks, quando percebo alguém me encarando do outro lado do salão. Eu estava sem oculos, demorei a focar a imagem da pessoa. A pessoa me cumprimenta com um sorriso cinico e um olá, como vai. De repente o salão escuta um grande FODA SE! Todos no evento me olham assustados, saio de lá sem me despedir dos amigos, profundamente aliviado. Algumas vezes mandar alguém que te fez muito mal se fuder, é melhor que vários anos de terapia. 
Eu sou aquele beija-flor que te sobrevoa na esperança de provar o nectar que escorre de tuas pétalas

Memórias de Fernando Reis.

Havia no mercado central e arredores comércio de produtos de feitiçaria, um senhor idoso me chamou, doutor Saracura, tentava me vender um perfume mágico que atraía mulheres, o velho era engraçado e as palhaçadas que fazia me prendiam atenção, enquanto me falava sobre o produto me passava um pouco do perfume, foi difícil livrar me daquele vendedor, era insistente e encantador pela alegria. Já subindo a Magalhães de Almeida uma moça ao passar por mim , leva a mão em minhas partes. Na João Lisboa sento e tomo um sorvete de coco, quando passa  outra moça bonita e sorrindo me pergunta se pode provar. Não sei se isso tem alguma coisa a ver com o perfume que o velho me colocou, mas como dizia minha avó , coincidências só em novela. 

Sobre o amor

Achava que o amor tinha sabor de trufas uma brisa de menta uma resposta objetiva ao vazio sem sentido que lhe cercara quando tocou no amor sentiu uma picada aguda no dedo gosto de sangue subiu a garganta espanto diante do fato - Não sabia que o amor podia me ferir Achei que era felicidade travestida em desejo Afasta de mim este copo de fel agora eu sei! Autor: Fernando Reis

O amor e a morte

Há algo que me incomoda não acalma meu coração todas essas coisas vivas que a vida deixarão. Por que amar sem medida Por que perder se em amor se tudo que amamos irá partir e nos partir em dor Essa tristeza do fim a morte que leva um a um quem dera viver e amar sem perder amor algumamor 

Atitudes vs palavras

Minhas palavras de amor, são raras se amo, pra que então dizer? Se as pessoas que amo são caras corpo, mente, coração, sei oferecer. atitudes são mais do que palavras ao vento é um semear pra depois colher Quem ama mostra seu sentimento Ama mesmo e não sabe  esconder

SOBRE SER MELHOR

Sou daquelas pessoas que espera retribuição, isso quer dizer que ao longo dos anos colecionei um monte de decepções em relação a parentes, amigos e pessoas que convivem comigo.  Todos me dizem sempre, faça sem esperar nada de volta, seja mais altruista, eu penso que é muito descolado ser assim, mas eu não sou descolado. O fato é que estou com quase 50 anos e alguns hábitos vão se enraizando. Não sei dar o outro lado da face, não sei esquecer facilmente, não sei ser menos ans ioso, tenho mais defeitos do que virtudes, inclusive o de não dividir o meu prato com ninguém. Defeito que confesso que me incomoda. Se puder faço outro prato de comida e dou pra pessoa, pra ela não ficar de olho no meu, mas o meu nem pensar, não divido. Isso não é tão simples. Lembro de uma vez em Blumenau, quando um garotinho olhou pro meu prato que tava delicioso e me pediu com os olhos, todos na mesa me olharam e esperavam que eu fosse generoso e dividisse, não fui, pedi ao garçom que fizessem outro prato ...

Memórias de Fernando Reis.

Há muito tempo atrás, eu estava dando aula para 250 alunos e escrevi uma palavra com a grafia errada, um aluno gritou alto, tentou me envergonhar ali, eu silenciosamente apaguei a palavra, escrevi novamente de forma correta, virei-me pra ele e disse, mas tá certa, olha só, apontei. Todos riram e me aplaudiram.

MEMÓRIAS DE FERNANDO REIS

Houve um tempo que eu tinha uma brincadeira idiota com minhas namoradas, gostava de fingir que era aleijado, andava mancando, gritava pra me esperarem e que tinham vergonha de andar ao meu lado. Um dia sofri um acidente feio e passei três anos aprendendo a andar novamente. Deus castiga.

MEMÓRIAS DE FERNANDO REIS

Eu já morei na cidade operária, era desdentado (faltava alguns dentes da frente), tinha uma mulher, filha e uma sogra que fumava feito um dragão. Era feliz trabalhando como estivador. Carregava sacos de cimento a semana inteira, final de semana recebia alguns trocados depois de carregar três caminhões baús, grato com o pouco que recebia, comprava comida, cigarros pra minha ex sogra e um tubo de cachaça pra mim. Não reclamava da vida, pra mim tava tudo bom. Um dia descarreguei  sacos de cal, queimei os braços e as narinas, um coroa cansado daquilo se escorava em uma escada, pensei em chutá lo, fazê lo voltar ao batente, trabalhávamos por produção. Ele tava muito mal. Por um segundo me coloquei no lugar dele, imaginei me velho, coluna arrebentada, sem forças, tendo que trabalhar no pesado como estávamos fazendo ali. Aquilo se entranhou dentro de mim, uma idéia de procurar melhoria de vida germinou. Mas fazer o que? Aprender uma profissão parecia o caminho.  ...

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