Campus do sono XIX

Eu não sou como a rocha
Que vejo nesta paisagem
Eu gostaria de ser como ela é
O mundo muda o tempo todo
As pessoas nascem, crescem, morrem
Mas a rocha continua ali
Impávida, atravessando os  anos
Enquanto em frações de segundos
Da história do mundo
Viramos pó
Que o vento leva.
Nada somos
Esse é o fato que não queremos enxergar
Essa é a verdade, que encobrimos
Com a falsa importância que nos damos.
A rocha está certa
Em seu silêncio profundo
Ela não precisa de subterfurgios pra existir
Sua existência por si só se justifica.
Talvez se eu ficar imóvel como ela
Em um lugar ermo
Longe de tudo e de todos
Quieto ao relento
Eu entenda o que é ser uma rocha
Mesmo assim
Eu nunca serei uma rocha
Mesmo que eu queira
Imitá la e me deixe sozinho
Sem pensar em nada
Sem querer nada dessa vida
Sem contas pra pagar
Sem obrigações sociais
Sem horário pra trabalhar
Sem amor e família
Algo me diz que bem no fundo
Estou errado, que nada sei
Que com certeza essa rocha
Mesmo que inerte,
Muda e fria
Mesmo que aparentemente sem vida
Também ama.
Seu amor é o mistério
Que encobre a inexorável imensidão
Do só existir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Converse com o escritor.

Esses dados serão utilizados para entrarmos em contato com você e disponibilizarmos mais conteúdos e ofertas. Caso você não queira mais receber os nosso emails, cada email que você receber, incluirá ao final, um link que poderá ser usado para remover o seu email da nossa lista de distribuição.

Para mais informações, acesse:https://example.com.br/politica-de-privacidade/