QUANDO A REGRA VIRA EXCEÇÃO

Pedreiro, 49 anos

Desempregado

Sola das botas já gastas

de perambular atrás de emprego

Nas portas das construtoras

A faixa que mata a esperança

e deixa o nó de lágrima

como um laço apertar a garganta:

Não há vagas!

Não há vagas e amanhã é outro dia!

Na volta pra casa

Cansado, triste, faminto

Encontra um envelope pardo

e um nome: J J armazéns.

A loja era perto de casa

Deixa com a moça do balcão

Pro dono entregar

R$8.000,00 em dinheiro

Quando o caso virou notícia

O repórter ouviu do pedreiro

Que lhe indagou sobre honestidade

"O dinheiro não era meu".


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