PRÓLOGO DO LIVRO ILUSÕES, UMA HISTÓRIA QUÂNTICA

Irã, 1500ac , o velho sacerdote sobe com dificuldade a escadaria do sagrado templo de fogo, ao seu lado seu filho Elal-Amir, ampara-o pelo braço direito, estão na metade da escadaria do Zigurate que ao todo tem 250 metros. Bolas de fogo rasgam os céus, ofuscando o brilho das estrelas noturnas. Escutam-se estrondos por todos os lados, a terra vibra, como se estivesse despertando enravecida, pode-se escutar o som de trombetas que ecoam pelos céus. Novamente um grande tremor faz a gigante das pirâmides balançar, O velho sacerdote se desequilibra e cai no degrau anterior. -Pai! - O filho tenta ampará-lo. -Elal, meu filho, eu não vou chegar a tempo, apresse-se, cabe a você agora. - Ordena o velho sacerdote. -Mas pai… -Vá , vá logo. - O velho grita impaciente ao filho que tenta ampará-lo inutilmente. Após deixar o pai sentado na escadaria, Elal-Amir aumenta a velocidade dos passos para cumprir a missão designada pelo pai. Os estrondos e tremores aumentam e ele mesmo por várias vezes se desequilibra. Por um momento, olha para trás pra ver se ainda visualiza o velho, mas é impossível ver qualquer coisa, abaixo agora é tudo fumaça de enxofre e fogo. Perto do cume do zigurate, antes de entrar na câmara do fogo eterno, o jovem sacerdote mira o céu que fora completamento obliterado por uma gigantesca bola avermelhada. Elal-Amim exclama: – Nibiru! Cinco Ameshas Spentas (criaturas feitas de luz e bons pensamentos) com as mãos elevadas contemplavam e oravam dentro da grande câmara de fogo, Elal-Amir nunca os tinha visto antes, mas escutara muitas vezes as histórias que seu pai contara, quando em um ritual a beira do rio Tigre fora purificado e que essas criaturas apareceram e ensinaram por quarenta dias e quarenta noites sobre os mistérios das estrelas e sobre o perigo iminente de Nibiru, a estrela errante. Elal orou os mantras sagrados ensinado por seu pai na língua antiga das estrelas e finalmente jogou os cristais que carregava consigo dentro da chama eterna. Uma coluna de luz surge da pira de fogo e atravessa a claraboia do Zigurate cruzando a atmosfera, o espaço negro até atingir a grande estrela avermelhada. Por um momento o tecido de realidade é rasgado, Elal olha para suas mãos e vê centenas de mãos iguais e de sua voz saem centenas de ecos. Todas as vozes vinham dele e não vinham, todas as imagens eram dele e também não eram. Elal gritou. -Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda!Mazda! O eco de suas inúmeras vozes fora tão forte que Elal tentou tapar os ouvidos pra não enlouquecer. Segundos depois a coluna de luz desaparece, as Ameshas Spentas também desaparecem e pela claraboia da câmara Elal constatou que Nibiru tinha desaparecido. Ainda se tremendo, impacto com tudo que vivenciara naqueles segundos críticos, por isso desce as escadarias do zigurate devagar, já tinha amanhecido quando está no meio da escadaria, onde deixara seu pai e ao vê-lo debruçado, apressa-se. O velho estava consciente, todavia muito enfraquecido, com cuidado coloca seu pai em seu colo e diz. -Pai, Nibiru foi embora, nós conseguimos, nós conseguimos! O velho sacerdote olha para o filho e pela expressão, Elal percebe que há algo errado. -O que foi pai? - Pergunta o filho intrigado. -Onde está sua barba, Elal? Elal coloca a mão no rosto e percebe que não há barba, estava com o rosto barbeado. -Mas como? Pai…. - Pergunta o filho apreensivo. O velho dá uma pequena golfada de sangue, olha para os céus e pensa em voz alta. – Então esse é o grande segredo? Os olhos do velho sacerdote deixam de piscar, ficam vidrados, não há mais vida dentro dele. Elal desce com o corpo de seu pai onde é recebido por inúmeros monges sacerdotes que no primeiro momento o estranham, mas depois reconhecem que se trata de Elal. Todos murmuram entre si. -Mas o que há de tão diferente em mim além de minha barba. - Pergunta o filho de Zaratustra a um monge amigo. O monge em silêncio sai sem dizer nada e volta poucos minutos depois, traz uma grande baixela de cobre. Elal se dá conta que além de estar sem barba, a sua túnica que era vermelha de acordo com a ritualística estava azul celeste. AUTOR FERNANDO REIS

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